Napisal/-a s57ezb » 27 Feb 2005, 23:08
Marjo,tukaj je nekaj...
JOSÉ LUIZ SALVADOR VICTOR MARINARO, PY2BBP
Este é o "imponente" nome de um novo integrante do GV, amplamente conhecido - no Brasil e no exterior, e em todas as faixas - pelo popular "nome de rádio": Marinaro. Com tempo mais que suficiente para ingresso no GV, Marinaro teve como companheiros de "jornadas inesquecíveis" a maioria dos radioamadores integrantes do Grupo. Feito o preâmbulo, vamos ao "histórico radioamadorístico" de PY2BBP. Seu primeiro contato com o Radioamadorismo foi nos idos de 1937, às e da madrugada, em missão jornalística, quando, em companhia do fotógrafo do Diário de São Paulo, assistiu um radioamador recebendo mensagem telegráfica da célebre Missão Moerbeck, acampada às margens do rio das Mortes, no Amazonas. Era um fato de repercussão mundial: "foi nessa noite (relata Marinaro) que começou a germinar em mim o Radioamadorismo". "Frequentando a casa de um e de outro e lendo como desesperado, foi em 1948 que consegui prestar exame na Regional de Botucatu, S.P." Sua licença (expedida pelo antigo D.C.T.) tem data de 20/04/1949, como radioamador Classe "C", QTH em Tupã, SP. Três meses após, mudou-se para Ribeirão Pires, cidade de que foi o primeiro radioamador. Em exame prestado em 1954, na Capital, foi promovido à Classe "A". Durante longo tempo, Marinaro dedicou-se à prestação de serviços, dentre os quais citamos quatro destaques: . A um apelo de PY4AHV, Brandão, salvou mais de 10 pessoas da cidade de Brasópolis, mordidas por um cão raivoso: o soro anti-rábico, em percurso de jardineira e, depois, motocicleta, chegou a Brasópolis em tempo útil. . Colaborou na remessa de medicamento para a Itália, para salvar a visão de uma criança; foi fato de destaque no noticiário internacional. . Colaborou no salvamento de um iate participante de uma competição esportiva. . Atuou em pouso de emergência de avião militar norte-americano, à noite, em Tupã, mobilizando cerca de 100 automóveis, cujos faróis iluminaram o campo de pouso. Os contatos foram em CW entre o operador de uma estação de Natal, RN, e o telegrafista de bordo, que informou não dispor o avião de gasolina para atingir o destino previsto. A esta altura, Marinaro passou a dedicar-se ativamente ao estudo de sistemas irradiantes. De 1956 em diante, escreveu numerosos artigos analisando vários tipos de antenas, baluns, cabos coaxiais, seções adaptadoras, etc. Naquele tempo, dominavam os dipolos, simples, duplos, triplos, e a famosa "zeppelin"; raras as antenas direcionais, com adaptadores "T" e "gama": eram sempre de meia onda, grandes, pesadas. Foi quando surgiram comentários sobre os trabalhos de G4ZU com o encurtamento de antenas, mediante emprego de bobinas de carga, tendo um radioamador carioca divulgado uma antena encurtada para trabalhar em 20, 15 e 10 metros. Contudo, ninguém se atrevia a executá-lo, pois diziam que tal sistema jamais funcionaria. Em 1956, PY2BBP divulgou na revista OTC o artigo "Transforme sua Antena Short-Beam na Mini-Beam", que alcançou grande sucesso: foi transcrito em uma revista argentina e nas faixas só se ouvia falar no assunto. Outros artigos foram publicados, divulgando sugestões e experiências, até que, em 1957, Marinaro, eliminando as bobinas de carga e respectivas seções adaptadoras, lançou a famosa "Maria Maluca", cujo êxito foi mundial: revistas argentinas, americanas, nicaraguenses, francesas, e muitas outras publicações internacionais deram ampla divulgação aos trabalhos de Luiz Marinaro, dentre os quais um longo artigo, "Tudo Sobre Antenas Quadras Cúbicas", e outro sobre a quadra suíça (este publicado em E-P e reproduzido na Argentina e em Angola). Em 1957, Marinaro, aproveitando uma antena de 20 metros, lançada no comércio e que utilizava bobinas para encurtá-la, trabalhou uma noite inteira fazendo sua adaptação para o sistema tribanda de G4ZU: foi um sucesso nas três faixas! Não fosse a exiguidade de espaço, e muitos detalhes poderíamos fornecer das múltiplas atividades do nosso veterano e operoso Marinaro, e que não se limitam ao setor de antenas. Foi, por exemplo, um dos pioneiros da "desprezada" faixa de 50 MHz, onde "faturou" muitos DX. Certa feita, visitado pelo saudoso Lauresto (na época PY2HK), este perguntou a Marinaro: "Onde está o transmissor de 50 Mhz?". E sendo-lhe mostrado o minúsculo chassi com uma válvula 42 que transmitia e recebia, mostrou-se incrédulo - e só desfez "a risada amarela ao constatar que no momento eu estava em QSO com a Argentina operando aquilo, aquele pequeno chassi", nos relata o Marinaro. Foi PY2BBP quem demonstrou a viabilidade de operar em 40 metros uma quadra cúbica projetada para 20. E foi Marinaro quem propôs um sistema de alimentação multi-faixas utilizando um único cabo coaxial, o qual foi transcrito em livros e na revista norte-americana "CQ", que, lamentavelmente, omitiu a sua origem: o radioamador brasileiro PY2BBP. Há mais de 6 anos que Marinaro vem se dedicando ao VHF, com numerosos contatos via Oscar 6 e Oscar 7, e, naturalmente, desenvolvendo trabalhos experimentais com antenas apropriadas. Marinaro confessa que também "teve o seu tempo de clandestino ", quando foi "descoberto" face aos numerosos QSL que chegavam à LABRE; ao invés de punição, foi convidado a ingressar na Rede, graças ao espírito de compreensão do saudoso Gen. Americano Freire, então, PY1BB. É admirador da Faixa do Cidadão, onde operou como PX2-0911 e, atualmente, como PX2-0277. Já teve inúmeros transmissores, começando com uma 6L6 "oscilando e saindo", outras mais, como 813, 210, 807, 809, etc. Por todos os trabalhos desenvolvidos e a intensa divulgação realizada em revistas, boletins e órgãos de imprensa, relativos ao Radioamadorismo, suas atividades, assuntos técnicos e esclarecimentos sobre o significado e finalidade do Radioamadorismo, Luiz Marinaro recebeu da LABRE/São Paulo um diploma e medalha de Honra ao Mérito. Integrou algumas administrações diretivas da LABRE/SP, tendo sido Membro do Conselho Seccional. E assim remata o nosso insigne Veterano de hoje: "Continuo ativo e em minhas experiências, consciente de que tudo o que de útil for descoberto terá sua razão bastante na justificação do significado do que venha a ser viver". FONTE: Revista Eletrônica Popular, julho/1980, pags. 72-74."
73,Bozo